21 de março de 2016
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CrossFit. Melhor Saber Mais Sobre o Tema Com Um Tricampeão Brasileiro, Não É?

©Karin Jaehne/Shutterstock

Foi um movimento muito rápido. De repente, todos nós conhecemos alguém que começou a praticar CrossFit ou tem lido a respeito, pensando na possibilidade praticar.

O fato é que muitas academias tradicionais estão perdendo alunos para os Ginásios e, para entender a razão deste impulso tão repentino, nada melhor do que saber a partir de um tricampeão brasileiro: Francisco Javier, o Chiquinho.

body.mag conversou com Chiquinho logo após sua vitória no Arnold Aloha Fitness Chalenge, na categoria Team RX.

body.mag : Para o público leigo. Qual seria a definição de CrossFit?

Chiquinho: CrossFit é um programa de condicionamento e força geral, onde o praticante irá aprender a dominar vários movimentos apenas com seu corpo e com materiais externos (barras, ketllebell, dumbells, corda, etc.). O CrossFit aborda praticamente todos os outros esportes. Então, em um dia, você poderá trabalhar exercícios do atletismo, em outro, os da ginastica artística ou Levantamento de Peso Olímpico (LPO). A variação de número de repetições, séries e combinações de movimentos, fica a critério do espaço/professor.

body.mag: CrossFit não é exatamente algo “novo” mas, aqui no Brasil, especialmente, percebemos um grande impulso nos últimos anos. O que aconteceu nesse período para o “boom” desta atividade?

Chiquinho: No Brasil, o CrossFit chegou em 2010, mas o grande boom iniciou-se a pouco mais de 1 ano. Muitos centros de treinamento abriram suas portas para a iniciação em várias cidades do Brasil. O CrossFit é um esporte competitivo e, por ter essa competição, os praticantes se envolvem ainda mais para a prática esportiva.

body.mag: Existe uma percepção, quando se fala em CrossFit, de uma maior integração entre os seus praticantes. De um caráter menos individualista do praticante e de que o grupo é parte integrante do processo de incentivo à pratica e à busca de resultados. Está correta esta percepção?

Chiquinho: Sim. Essa percepção está correta. O CrossFit é praticado em grupo, o que faz com que a aula tenha maior interação entre os alunos. Assim, um ajuda o outro, fortalecendo os laços de amizade e companheirismo. Quando a prática de atividade é feita física com o aluno sozinho, muitas vezes os praticantes desistem no meio do processo por falta de motivação, coisa que não acontece em uma aula de CrossFit, que sempre tem de 8 a 20 alunos por turma.

body.mag: Em que sentido o CrossFit acaba por abranger outras questões do estilo de vida do praticante, fora da academia, no seu dia-a-dia?

Chiquinho: O CrossFit tenta trabalhar 3 vertentes. O envolvimento SOCIAL – FÍSICO – MENTAL. Para que o praticante esteja em equilíbrio, ele tem que ter seus amigos, tem que ter o momento com a família, o momento de cuidado do seu corpo, alimentação e descanso. Tudo isso é aprendido dentro de um box (local onde se pratica CrossFit).

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body.mag: Por ser uma atividade que exige maior vigor físico, pode-se assumir que a probabilidade de lesões musculares ou outras cresçam também, proporcionalmente?

Chiquinho: Não, o CrossFit é uma atividade intensa, assim como qualquer outra. Na musculação existem momentos de muita intensidade. Nos treinos dos praticantes de triatlo também. O que fará da prática da atividade perigosa é a dosagem de treino. O professor deve estar muito atento à postura e sequência diária de treinos. O problema das lesões, muitas vezes, vem com o despreparo do profissional, a falta de conhecimento, a falta de aprendizado na prática, a falta de percepção para ensinar um aluno novo – entre outros fatores – pode deixar não apenas o CrossFit perigoso, mas qualquer atividade física. Portanto, antes de iniciar qualquer atividade física, o melhor é conhecer o profissional.

body.mag: Para quais públicos o CrossFit é mais indicado? Existem limites etários (máximo e mínimo) ou diferenças para a prática junto ao sexo masculino e feminino?

Chiquinho: Não existe nenhuma limitação: qualquer pessoa pode praticar CrossFit. Algumas pessoas precisarão de adaptações. Um aluno com limitações em seu corpo (problemas cardíacos, tendinite, artrose, gestantes, crianças, etc.) precisará das devidas adaptações motoras e fisiológicas para a prática esportiva.

Por exemplo, se tenho um aluno que não tem um bom padrão motor, sem nenhuma coordenação e, no dia de hoje, vamos fazer agachamento livre (agachamento com a barra nas costas) eu vou precisar dar mais atenção a ele. Possivelmente ele não vai iniciar o exercício com barra nem pesos, mas sim com um bastão, para que aprenda a posicionar o seu corpo antes de ser acrescentada uma carga. Eu poderia, também, limitar a altura do agachamento com um banco. Se eu faço essas adaptações, meu aluno irá cumprir o meu objetivo com segurança.

body.mag: O “gordinho sedentário” e menina “sentindo que está com uns quilos a mais” deve, antes de partir para o CrossFit, buscar uma melhora no seu condicionamento físico em uma academia convencional?

Chiquinho: Não, o aluno não precisa ir buscar um inicio em outro local, desde que o box onde ele vai iniciar sua pratica respeite essa fase de iniciação. Os bons profissionais tem plena noção sobre as adaptações de volume de treino e exercícios para os iniciantes e, em alguns locais, são oferecidas de 3 a 6 aulas para iniciantes. Essas aulas são feitas apenas com você e o professor. Assim, quando o aluno é inserido nas aulas em um grupo, ele a terá noção do padrão de movimento que será ensinado.

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body.mag: Comparado com as academias convencionais, o praticante deve estar preparado para gastar um pouco mais, seja no valor médio de matrícula da academia ou outras necessidades de apoio?

Chiquinho: Depende em que região do Brasil esse aluno irá iniciar. Em alguns locais, como São Paulo, Belo Horizonte, e Rio de Janeiro, os preços estão bem próximos. Existem até locais mais baratos do que academias convencionais. Ainda assim, quando o aluno percebe que o bom profissional é que faz a diferença e que esse tipo de treinamento não deve ser comparado com uma academia convencional, ele não irá pensar no preço, pois as pessoas que procuram o melhor para si devem pensar na qualidade e não apenas no valor da mensalidade.

body.mag: Qual seu conselho para quem anda curioso com relação ao CrossFit e ainda tem reservas em experimentar?

Chiquinho: Meu maior conselho é ir experimentar! Mas buscar um local que tenha profissionais com experiência na área!  Eu tenho certeza que você pode se surpreender com a nova experiência que irá vivenciar dentro de um box de CrossFit!

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Sobre FRANCISCO “CHIQUINHO” JAVIER

FRANCISCO “CHIQUINHO” JAVIER

Graduado em Educação Física, Chiquinho é Tricampeão do Torneio Crossfit Brasil (2012, 2013 e 2014), Campeão Summer Games Goiânia (2014); Campeão Arnold Classic Brasil (2014 e 2015), 7º lugar no Regional Latin America Chile (2014) e é atleta patrocinado Integralmédica.

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