26 de agosto de 2015
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Você Adoraria Fazer Mas Não Faz? Não, Você Não é Preguiçoso. Você é Um Procrastinador.

©MilanMarkovic78/Shutterstock

Procrastinação, o que é e o que envolve.

A palavra procrastinação, do latim procrastinus ( pro: para adiante/ crastinus: amanhã), se refere a ação de adiar, de deixar para amanhã, de postergar.

Diferente de se ter preguiça para realizar determinada ação, na procrastinação existe o desejo de realizar a atividade, porém, alguns fatores impedem que isso ocorra.

Urgência X Prioridade

Em tempos carregados de estímulos e de reações impulsivas como o que vivemos atualmente, é fácil ficarmos imersos em ações que surgem como urgentes e nos fazem perder nosso foco sobre as que são prioritárias, ou seja, acontecimentos momentâneos perturbam nossas ações que visam a concretização de metas de longo prazo. É a Urgência X Prioridade.

Podemos citar um ambiente de trabalho, onde se tem as metas a serem alcançadas, e, ao mesmo tempo, somos tomados por atribuições diárias que devem ser olhadas e resolvidas. Nesse caso é fácil perder o controle da gestão do tempo e postergar o que não é urgente hoje, porém que tem a prioridade de ser entregue no final do bimestre, por exemplo.

Receio do insucesso

Lembramos também que a ansiedade gerada pelo receio de não ser bem-sucedido em um projeto de longo prazo, ou desse projeto ser avaliado de forma negativa, favorece a procrastinação. Como exemplo disso citamos aquelas pessoas que, pelo medo de fracassar em seu projeto de perder a massa que gostaria, somado à condições físicas, como as dores musculares e a fadiga, procrastinam a decisão de fazer uma mudança em sua dieta e inserir em sua rotina exercícios físicos que a ajudaria a atingir o peso ideal.

Adiar algumas situações é natural, porém alguns casos merecem maior atenção. Isso ocorre quando chegamos a prejudicar nossa saúde e impedir uma possível melhora em nossa qualidade de vida. Procrastinar pode nos levar a repensar nossa eficiência, nossa autoestima, nossa produtividade, o que pode resultar em traços depressivos e de falta de motivação em decorrência da frustração por não conseguir finalizar aquilo que planeja.

Como combater a procrastinação?

Podemos perceber até aqui que a procrastinação sempre está relacionada com nossa capacidade de decidir por ‘isso’ ou ‘aquilo’. Sempre devemos ponderar entre o que é urgente e o que prioridade, para uma melhor utilização do nosso tempo. Deve-se ter em mente que esse tempo não é apenas para a execução da ação. Anterior a isso, é importante que gastemos um tempo planejando. Pensando as razões, os ‘para quês’, tentando antecipar os empecilhos e obstáculos que encontraremos pelo caminho, bem como refletir sobre soluções possíveis para os mesmos. O tempo pode ser um grande inimigo, caso não seja bem administrado.

Após isso, liste o que deve fazer, e faça. Cuidado nesse momento apenas com as razões que podem surgir para que você não faça e assim, você acabe se sabotando e procrastinando mais uma vez o que se propôs a fazer.

“Você quer algo? Busque o sentido disso, busque a real importância disso para sua vida e pense nos benefícios de conseguir o que quer”
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É importante também conhecer a si mesmo. Considerar o período em que mais funciona e a forma como prefere realizar algumas coisas. Por exemplo, é uma pessoa noturna? Poderá inserir nesse período as rotinas que tanto deseja ter de estudo de inglês? Prefere trabalhar com musica? Isso facilitaria a confecção daquela planilha que você tem protelado?

Já parou para pensar na modalidade de exercício que mais te agrada? Prefere o ambiente de uma academia, ou exercícios ao ar livre? Prefere musculação, ou exercícios funcionais? Prefere fazer exercícios sozinho ou acompanhado? Em silêncio, conversando ou ouvindo música?

Conhecer os fatores externos que estimulam sua produtividade pode fazer suas tarefas mais leves.

O que devemos ter como um aliado também é a motivação. Motivação é o fator que dá movimento, que nos conduz na direção do que queremos e por isso é fundamental para o rompimento com o ato de postergar. Estar motivado nos impulsiona, portanto, é necessário reconhecermos como utilizar isso a nosso favor.

Você quer algo?

Busque o sentido disso, busque a real importância disso para sua vida e pense nos benefícios de conseguir o que quer. Uma pessoa que se propõe uma rotina de exercícios precisa ter em mente o porquê de fazê-lo. Lembre-se que é muito fácil abandonar uma atividade a qual você enxerga como obrigação. Começará uma academia por uma questão de saúde? Por uma questão de estética? Por esporte, com objetivo fisiculturista? Ter claro consigo mesmo onde se quer chegar (e para que se quer chegar)  é o primeiro passo para não interromper a viagem na metade do caminho.

Seus objetivos são de prazos longos?

Divida-os em frações, ver os resultados, ainda que parciais, ajuda-nos a visualizar o ‘para quê’ do que estamos fazendo, e além disso, podem ser vistos como pequenas recompensas, o que motivará ainda mais nossa jornada rumo aquilo que queremos realizar.

Atingir metas nos motiva a continuar, porém, seja razoável com você. Metas muito além do que é possível de se realizar, que está muito além do que nossas condições ou recursos permitem, geram aquilo que é o principal rival da motivação, a frustração. A frustração afeta nossa autoestima, nosso sentimento de eficiência e, como vimos, poderia nos paralisar, fazendo-nos desistir por nos sentirmos incapaz.

Pensar sobre isso, nos faz levar em consideração possibilidades reais frente nossa condição, nosso tempo, nossos recursos (pessoais/ internos ou materiais). Sermos assertivos no estabelecimento de metas e objetivos, considerando o que realmente queremos, o tempo disponível para isso, bem como os recursos disponíveis, nos fará bem sucedidos em iniciar e finalizar nosso projetos. E por consequência, como um sistema que se retroalimenta, ao concluirmos algo com sucesso, estaremos mais motivados para novas metas, novos objetivos, novos movimentos.

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Sobre THIAGO LUSVARDI

THIAGO LUSVARDI

Psicólogo, com enfoque Psicanalítico e atuação clínica. Experiência em transtornos de humor, transtornos alimentares, dependência química, conflitos familiares/ afetivos e fobias. Experiência com questões ligadas à dependência química, violências de gênero, psicológica, física, abuso sexual e violações de direitos de menores. Atuação junto a pacientes hospitalares. Graduado em psicologia pela UNIP com especialização em Psicanálise e Grupalidade pela CEFAS (CRP: 06/103787)

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